Descargas elétricas
As descargas elétricas atmosféricas são fenômenos elétricos que podem ser descritos como originários da neutralização de cargas elétricas. As nuvens são grandes máquinas eletrostáticas, que provocam a separação das cargas elétricas positivas e negativas existentes na atmosfera. As descargas atmosféricas ocorrem devido ao acúmulo de cargas elétricas em regiões localizadas da atmosfera, em geral dentro de tempestades.
Os dois primeiros fenômenos que ocorrem neste processo são conhecidos como relâmpagos, e o último como raio. São os raios, os fenômenos mais preocupantes para os sistemas elétricos. Eles são de grande intensidade e podem atingir os sistemas elétricos diretamente ou induzir sobre tensões perigosas por campos eletromagnéticos. Quando os sistemas elétricos, redes de transmissão, de distribuição ou equipamentos a elas conectados são atingidos por raios ou são eletromagneticamente afetados, as tensões normais são repentinamente elevadas a valores normalmente não suportáveis pelos equipamentos ou pelos elementos das redes, podendo danificá-los.
A descarga inicia quando o campo elétrico produzido por estas cargas excede a capacidade isolante, também conhecida como rigidez dielétrica, do ar em um dado local na atmosfera, que pode ser dentro da nuvem ou próximo ao solo. Quebrada a rigidez, tem início um rápido movimento de elétrons de uma região de cargas negativas para uma região de cargas positivas, ocasionando os conhecidos raios.
Descargas atmosféricas podem ocorrer da nuvem para o solo, do solo para a nuvem, dentro da nuvem, da nuvem para um ponto qualquer na atmosfera, denominados descargas no ar, ou ainda entre nuvens.
Entre todos os tipos de descargas, as intra-nuvem são as mais frequentes devido ao fato de a capacidade isolante do ar diminuir com a altura em função da diminuição da densidade do ar ou devido às regiões de cargas opostas dentro da nuvem estarem mais próximas que no caso dos outros relâmpagos.