Descargas elétricas atmosféricas
As descargas elétricas atmosféricas sempre despertaram temor e, ao mesmo tempo, curiosidade aos homens desde os primeiros tempos de sua existência. Já foram consideradas manifestações divinas e eram geralmente associadas à ira dos deuses.
Na verdade, a verdadeira natureza desses fenômenos somente foi compreendida no Século XVIII, quando começaram os estudos a respeito da eletricidade. Benjamim Franklin foi o primeiro a comprovar a natureza elétrica dos raios, e inventou o pára-raios, dispositivo que, ao atrair o raio para si, protege as pessoas e construções ao redor. Todavia, ainda hoje restam muitos mistérios a respeito da eletricidade atmosférica. A despeito da alta tecnologia hoje disponível, ainda não se sabe exatamente, por exemplo, porque as cargas elétricas se separam dentro das nuvens. Formação de Raios A eletricidade atmosférica está associada a nuvens do tipo cumulus-nimbus. Essas nuvens, extremamente comuns, são formadas em ar instável, por correntes convectivas de ar quente subindo cada vez mais alto na atmosfera. Os cumulus-nimbus formam células, cada uma por si só capaz de produzir uma tempestade. Calcula-se que se formam 40 mil dessas células por dia, no mundo inteiro.
A grande quantidade de água dentro de uma célula, ao subir sob o efeito de uma forte corrente ascendente de ar, chega ao ponto de congelamento ao atingir certa altitude, e volta a se liquefazer, ao se precipitar para altitudes mais baixas, sob o efeito do seu próprio peso ou de correntes descendentes. É nesse processo de sobe-e-desce e congela-e-descongela que as cargas elétricas se separam. As cargas elétricas positivas se acumulam no topo da nuvem, e as negativas na base da mesma.
Obviamente, a maioria das cargas elétricas formadas dentro de uma célula se descarregam entre o topo e a base de uma mesma nuvem, gerando o relâmpago. Entretanto, ocorrem descargas de eletricidade para o solo e também