Dependência química: tratar X prender; Disponibilizar assistência X tratamento obrigatório

Dependência química: Tratar X Prender/ Disponibilizar assistência X Tratamento obrigatório. Na minha opinião, esse é um dos temas mais polêmicos de se tratar. Penso que o motivo perpasse pelas “mudanças” que a questão do uso de drogas vem passando na sociedade, da questão moral à patológica dependência química, o que gera ainda muita angústia em boa parte das pessoas. Entretanto, cada vez mais, governos e sociedades em todo o mundo concluem que a prioridade é desintoxicar, tratar e auxiliar os dependentes químicos a voltarem ao convívio social. De qualquer forma, me pergunto: adianta colocar na prisão o homem que após beber, bateu na mulher e nos filhos e no dia seguinte sequer se recorda do que aconteceu? Ou o morador de rua que, usuário de crack, comete pequenos furtos e roubos como uma forma desesperada de manter o vício? Em qualquer desses casos, acredito que somente a pena de prisão não resolve, porque o verdadeiro problema é a dependência da droga, que é o motivador para a prática de novos delitos. Apesar disso, além das dificuldades de recuperação dos dependentes químicos, especialmente aqueles viciados em crack, o Brasil convive hoje com uma rede de tratamento para dependentes químicos pequena e precária e com profissionais pouco qualificados. O coordenador-geral dos Centros de Atendimento às Famílias da Fazenda da Paz na subcomissão do Senado, Célio Luiz Barbosa (et al site do Senado Federal, 2011) fala sobre a complexidade do tratamento da dependência química: “Tratar a dependência química não é apenas curar os efeitos que as drogas causam no indivíduo, é reorganizar o indivíduo por completo”, afirma. Dessa forma, penso que uma pena alternativa para pessoas que cometem pequenos delitos por consequência do uso de drogas é uma boa saída, sem descuidar do problema de saúde, pois, se não houver a cessação do uso de drogas, dificilmente o usuário deixará de delinquir. Portanto, essa “pena” seria justamente disponibilizar ao dependente condições reais de