Ciencias dos materiais
As Ligações Atômicas
Introdução histórica
Os átomos raramente podem ser encontrados isoladamente. As ligações químicas unem os átomos, porém nem todos os átomos conseguem formar ligações. Dois átomos de um gás nobre (grupo O ou 18 ou ainda 8A da tabela periódica) exercem entre si uma atração mútua tão fraca que não conseguem formar uma molécula. Por outro lado, a maioria dos átomos forma ligações fortes com átomos da própria espécie e com outros tipos de átomos.
Historicamente, a propriedade dos átomos de formar ligações foi descrita como sendo a sua valência. Este conceito é pouco utilizado atualmente.
Hoje ele é mais utilizado como adjetivo, por exemplo, elétron de valência ou camada de valência.
Quando o conceito de valência foi introduzido não se tinha o conhecimento de elétrons, prótons e nêutrons. O descobrimento do elétron em 1897, possibilitou o desenvolvimento das teorias de valência e das ligações químicas.
No início deste século, embora a química estivesse relativamente bem desenvolvida e várias dezenas de elementos químicos fossem conhecidos, os livros de química não tratavam das ligações químicas, ou seja, elas não tinham sido ainda propostas, embora o conceito de valência tivesse sido introduzido em 1857 pelo químico alemão Friedrich August Kekulé von Stradonitz (1829-1896).
Em 1901-1902, o químico norte-americano Gilbert Newton Lewis
(1875-1946) tentou explicar a tabela periódica em termos de distribuição eletrônica. O primeiro artigo que Lewis escreveu, onde representou os elétrons por pontos, formando diagramas estruturais, foi publicado em 1916. O conhecimento mais detalhado da distribuição dos elétrons nos átomos só estaria disponível dez anos mais tarde, com o desenvolvimento da mecânica quântica. 47
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CAPÍTULO 3
Os tipos de ligações
As ligações interatômicas podem ser classificadas quanto à suas intensidades em ligações primárias ou fortes e ligações secundárias ou fracas.
As ligações primárias são cerca