Democracia representativa
A democracia representativa se justificava até recentemente porque seria impossível reunir milhões de eleitores num mesmo local para votar, em assembléia.
Com a era digital, todos podemos votar diretamente, num simples clicar de dedos, de nossa própria casa.
A democracia representativa traz como grave conseqüência o fato de haver poucas pessoas decidindo tudo em nome de milhões de eleitores e, sendo poucas as pessoas, não é difícil para quem possui poder econômico corrompê-las ou aliciá-las para que decidam de acordo com seus interesses.
Enquanto na antiga democracia grega a participação no processo democrático era limitada a alguns membros da sociedade, na democracia representativa o sufrágio universal conseguiu quantitativamente garantir a participação da grande maioria de cidadãos. Porém qualitativamente seus mecanismos limitam a atuação dos participantes no jogo democrático.
A democracia representativa torna estrutural e permanente uma separação entre dirigentes e dirigidos. Um dos mecanismos que vai reforçar a separação entre dirigentes e dirigidos se refere aos conhecimentos técnicos necessários àqueles que irão representar o "povo".
Uma das mais frequentes críticas à democracia representativa, além do generalizado desencanto com os políticos profissionais, é que a opinião do Povo só é consultada uma vez a cada quatro anos. E após serem eleitos, os políticos tradicionais podem agir praticamente como bem entenderem, até a próxima eleição.
A diferença entre dirigentes e dirigidos, ou representantes e representados, acaba por afastar a política das praticas quotidianas, afastando duas esferas muito intimas na democracia directa: a política e a vida social. Como menciona CASTORIADIS (1983), "a representação "política" tende a "educar"