-Democracia Clássica segundo Schumpeter
Daniele Tamara da Silva Rosa
A democracia clássica, de acordo como foi descrita por Schumpeter, pressupõe a existência de um bem ou interesse comum que não necessita de explicações, o qual é executado pelos políticos. Se aceito esse ponto de vista, qualquer decisão poderia, de forma equivocada, ser aceita para resolver os problemas de uma sociedade. Segundo a democracia clássica, o povo tem uma vontade comum que seria os desejos, necessidades e opiniões de todas as pessoas. Assim a povo controlaria os negócios públicos e escolheria os indivíduos que tomariam decisões políticas baseando se na vontade comum. A função dos políticos seria apenas cumprir a vontade do povo.
Para Schumpeter não existe o chamado governo para o povo, o que existe, na verdade é o governo aprovado pelo povo. Ele afirma que para a vontade do povo ser fator merecedor de respeito, é necessário que todos saibam precisamente o que desejam. Isso não ocorre porque os interesses e necessidades dos indivíduos se opõem na maioria das vezes, “um conjunto indeterminado de impulsos vagos que volteiam em torno de palavras de ordem ou de expressões equivocadas” (p. 304). A multidão é influenciável, costuma ser irracional, precipitada e manipulada pela publicidade política. Ressalta que os problemas políticos de uma sociedade são complexos e complicados, exige competência técnica, superior ao senso comum. Os cidadãos geralmente não se interessam por política, são mal informados e fazem escolhas precipitadas, preconceituosas e irracionais, dedicando “menos esforço num problema político do que num jogo de bridge” (p.312), bem diferente do cidadão idealizado na teoria clássica. Defende que decisões importantes não podem ser tomas de forma democrática, cita o exemplo de Napoleão Bonaparte. No ponto de vista Schumpeteriano, as pessoas não saberiam determinar o que é melhor para elas e ao invés da luta pela vontade coletiva (volontê gênêrale) elas não