O CONCEITO DE DEMOCRACIA SEGUNDO A DOUTRINA CLÁSSICA INVESTIGADA POR SCHUMPETER
Schumpeter descreve a democracia clássica como um arranjo institucional para a realização do “bem comum”, ou seja, a “vontade do povo”, esta que seria o foco de toda e qualquer ação política. Essa doutrina entende que esse bem comum nem precisa de explicação, pois todos são capazes de compreendê-lo, a menos que fossem estúpidos ignorantes ou mal intencionados.
A doutrina clássica coloca o povo como quem escolhia através das eleições os cumpridores de suas vontades. Nessa doutrina, portanto, a assembléia ou parlamento era apenas um instrumento para aplicação das vontades do povo e o governo apenas um comitê executor dessas vontades. Esse governo seria chefiado por um primeiro-ministro ou secretário-geral.
A doutrina clássica prega a existência de uma “vontade geral” ou “bem comum” a todos os homens e que somente quem possuísse interesses escusos teriam idéias e opiniões contrárias. Como o “bem comum” era vontade de todos, a sociedade inteira era quem controlava os negócios públicos. Schumpeter, porém, critica a existência de uma “vontade geral” ou “bem comum” entre todos os homens da sociedade, pois segundo ele, grupos e pessoas diferentes apresentam vontades e noções diferentes e mesmo que houvesse um consenso seriam diferentes os métodos que estes considerariam como certos para realização de suas vontades. O autor afirma que são muitos os fatores que atuam na tomada de decisões dos indivíduos e que por isso não se pode garantir que a decisão tomada no processo democrático seja a de maior aceitação popular. Contudo, o autor conclui, segundo suas concepções, que a doutrina clássica da