A DEMOCRACIA NA VISÃO DE JOSEPH ALOIS SCHUMPETER
SEMINÁRIO (13ª Sessão): Seminário: “Os métodos de escolha do Estado e as condições para que os cidadãos formulem seus pleitos”
RESUMO: SCHUMPTER, Joseph A. Capitalismo, socialismo e democracia. Trad. Sérgio Góes de Paula. Rio de Janeiro: Zahar, 1983, p. 313 – 353. (38p)
A DEMOCRACIA NA VISÃO DE JOSEPH ALOIS SCHUMPETER
A ideia de democracia remonta a Antiguidade, tendo sido expressada por meio do pensamento político grego, que a concebia como uma forma de governo possível1. Assim, a doutrina clássica da democracia se configura como um ideal a ser alcançado, estando implícitos em seu corpo teórico elementos normativos, que guiariam a sociedade para atingir esse ideal.
A concepção metodológica da democracia moderna, por sua vez, descreve a realidade na qual os princípios democráticos são aplicados. Em outras palavras, a análise é deslocada do “ideal” de democracia (como ela deve ser) para a democracia “real” (como ela é).
Nesse sentido, a concepção metodológica adotada pelos teóricos da democracia moderna ou realista visa descrever a realidade na qual os princípios democráticos são aplicados, fazendo ressurgir a antiga discussão sobre a "a verdade efetiva das coisas", tese proposta por Maquiavel, ao defender que a Ciência Política deve investigar os fatos da vida política por meio da prática como se realiza2.
À luz desse raciocínio, podemos dizer que Joseph Alois Schumpeter propôs uma concepção metodológica de democracia realista, marcada pelo caráter descritivo, buscando "a verdade efetiva das coisas", concebendo a participação do cidadão em um regime político considerado democrático diferentemente da concepção apresentada pela doutrina clássica do século XVIII.
Esse texto é uma síntese das ideias de Schumpeter expostas nos Capítulos XXI e XXII do livro Capitalismo, Socialismo e Democracia, escrito em 1942, que evidencia o rompimento de Schumpeter com a teoria clássica