Degradação do lixo urbano
Alberto Cury Nassour
Engenheiro de materiais
Pontas de cigarro, chicletes, cascas de frutas, latas de refrigerantes ou garrafas de plástico. Diante de tudo o que se descarta sem maior preocupação, em qualquer lugar e todos os dias, é surpreendente que o nosso planeta Terra não fique coberto por uma malcheirosa camada de dejetos. Isso só não acontece graças ao processo natural de biodegradação. Por meio dele, bactérias, leveduras, fungos e outros micróbios se alimentam da matéria orgânica do lixo, transformando-o em compostos mais simples que são devolvidos ao meio ambiente, inclusive alguns na forma de nutrientes. A matéria orgânica é formada de extensas cadeias de carbono à qual se penduram outros átomos. Os microorganismos quebram a cadeia junto ao carbono e aproveitam a energia encerrada na ligação química. Os micróbios tendem a quebrar o maior número de ligações e arrancar do composto original a maior quantidade possível de energia. Por isso, é que no final restam materiais extremamente simples. Mas isso depende do tipo de material e do tipo de degradação existente. Quando ela é aeróbica, a qual utiliza oxigênio, o processo é muito eficiente. Seus subprodutos são elementos como nitrogênio e o enxofre, anteriormente pendurados nas cadeias de carbono. Na decomposição anaeróbica, sem oxigênio e portanto menos eficiente, os subprodutos são mais complexos como o gás metano e gás sulfídrico. Daí o mau cheiro observado ao redor do lixo caseiro. Esse trabalho minucioso pode durar alguns dias ou milhares de anos. Depende do tipo de material do qual é constituído o lixo. Além disso, o processo de degradação depende de mais alguns fatores como o calor e a umidade do solo, que estimulam o crescimento e a atividade de microorganismos aeróbicos. Assim, quanto mais úmido e quente for o local, mais rápida será a degradação. Por outro lado, as águas e terrenos ácidos limitam a capacidade de desenvolvimento desses microorganismos. Os ácidos,