Defesa Dos R Us Do Caso Os Exploradores De Cavernas
Os quatro réus (exploradores) só assassinaram Roger porque estavam sob condições adversas a aquilo que foram acostumados em sua vida em sociedade, pois se estivessem fora daquela caverna, provavelmente nunca cometeriam um ato de tal selvageria. Foi cometido por força de uma irracionalidade guardada no inconsciente humano, algo que só poderia ser acordado em uma situação de extrema loucura, exatamente como ocorreu. Sendo assim, não seria justo condená-los à morte, primeiramente porque não seria justo com os 10 operários mortos durante um desmoronamento nas tentativas frustradas de salvá-los. Outro fator se evidencia no fato viverem com o peso de seus atos na sua consciência, pois não há pena mais dura e cruel do que àquela que fazem a si mesmos.
Nenhuma prisão ou condenação à morte seria mais dolorosa do que viver sabendo que se foi o autor de um assassinado e que fez da carne de sua vítima a sua refeição; e por mais nobre que tenha sido o motivo, nenhum deles conseguiria se livrar da atrocidade de sua ação, tão pouco dos horrores que viveram na caverna no qual ficaram por um mês e dois dias.
Nenhuma pena seria páreo para o sofrimento ali vivido, aliás, pagaram por todos os seus erros naqueles dias difíceis. Nenhum deles precisa sofrer mais, pois já sofreram tudo, e o pior continuarão sofrendo por não conseguirem livrar-se das lembranças dolorosas de verem toda a sua moral e todos os seus pudores destruídos por eles mesmos em uma situação terrível como aquela. Uma situação em que todos se encontraram à beira da morte e sem alguém que lhes confortasse. Eis que neste ponto se volta para o começo de toda esta defesa: a morte é o desconhecido, e o desconhecido causa uma sensação horrível de medo. O medo transforma as pessoas em animais acuados, capazes de tudo o que jamais fariam em sã consciência. Por tanto, é cabível a absolvição que é única solução aceitável e coerente.