Debora
Fundamentos do mecanismo de ação de drogas
* Escrito por Rachel Duarte Moritz, coordenadora do Programa de Residência em Medicina Intensiva HU/UFSC e professora do Departamento de Clínica Médica da UFSC, Danilo Freire Duarte e Sérgio G. Pederneiras
Farmacologia é a ciência voltada para o estudo das drogas sob todos os aspectos, desde as suas origens até os seus efeitos no homem. Droga pode ser definida como qualquer substância capaz de promover alterações fisiológicas ou farmacológicas ou, ainda, modificação de quadros patológicos, com ou sem a intenção de beneficiar o indivíduo. Segundo a OMS, o conceito de droga restringe-se às substâncias usadas no homem para diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças. O conceito de medicamento ou fármaco é mais limitado, pois diz respeito, unicamente, a drogas de ação preventiva ou de ação paliativa ou curativa no organismo doente.
Contudo, por ser habitual no meio médico, os termos droga, fármaco e medicamento serão usados como sinônimos, nesta revisão.
Sendo o campo da farmacologia muito vasto, justifica-se a sua divisão em vários capítulos. A farmacologia clínica, capítulo destinado a estudar a eficácia e segurança dos medicamentos, é, sem dúvida, um capítulo de grande importância para a prática clínica. Contudo, não menos importantes são os capítulos da farmacocinética e da farmacodinâmica que oferecem o suporte imprescindível ao bom entendimento da farmacologia clínica.
A farmacocinética estuda o caminho percorrido pelo medicamento no organismo, desde a sua administração até a sua eliminação. Pode ser definida, de forma mais exata, como o estudo quantitativo dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação dos fármacos "in natura" ou dos seus metabolitos. Quando uma droga, em seu trajeto por meio dos diversos compartimentos orgânicos, alcança a biofase e interage com os sítios com os quais mantém afinidade, resulta uma cadeia de eventos que