Debert
A autora representa alguns argumentos nos parâmetros da antropologia, e é interessante como vai dando visualidade à questão da velhice, não apenas como um problema social e político, mais como uma realidade vivenciada concretamente por um significativo número de pessoas, fazendo com que a velhice deixe de ser uma questão de foro privado para transformar-se numa questão pública, exigindo das autoridades constituídas, uma política que atenda às necessidades de uma população que tende a aumentar.
Debert analisa a velhice não apenas do ponto de vista cronológico, mas como um conjunto de interfaces, por causa da complexidade do tema.
A velhice não é uma abstração porque as pessoas não são uma abstração, portanto a velhice é uma realidade vivida por pessoas velhas com suas histórias, com suas experiências de velhos, porém histórias e experiências de vida singulares. Vividas no contexto sócio-econômico, cultural e étnico em que cada um está inserido. Experiências singulares essas, vivenciadas no asilo ou nos Programas de Terceira Idade, constituídas de significados diferentes de acordo com a história pessoal de cada pessoa, os motivos que os levaram tomar a decisão de ir morar no asilo, decisão para as mulheres, às vezes difícil e solitária. (GONÇALVES, 2002)
O lazer direcionado às pessoas idosas emerge como aquilo que Debert (1999a), chama de “Reprivatização do envelhecimento”, em que os indivíduos são