Debert

438 palavras 2 páginas
Debert, com a "Reinvenção da velhice: socialização e reprivatização do envelhecimento" oferece uma importante contribuição para o estudo da velhice no país, além de levá-lo para o interior da academia. Parafraseando Bobbio poderíamos dizer que Debert ancorada na sua pesquisa de antropóloga "olhar, ouvir, escrever", demonstra que a velhice "está aqui", não só no sentido de visualizá-Ia quantitativamente, mas assumi-la como objeto de pesquisa acadêmico, não só na antropologia, como também nas demais ciências que compõem o universo acadêmico. (GONÇALVES, 2002)

A autora representa alguns argumentos nos parâmetros da antropologia, e é interessante como vai dando visualidade à questão da velhice, não apenas como um problema social e político, mais como uma realidade vivenciada concretamente por um significativo número de pessoas, fazendo com que a velhice deixe de ser uma questão de foro privado para transformar-se numa questão pública, exigindo das autoridades constituídas, uma política que atenda às necessidades de uma população que tende a aumentar.

Debert analisa a velhice não apenas do ponto de vista cronológico, mas como um conjunto de interfaces, por causa da complexidade do tema.
A velhice não é uma abstração porque as pessoas não são uma abstração, portanto a velhice é uma realidade vivida por pessoas velhas com suas histórias, com suas experiências de velhos, porém histórias e experiências de vida singulares. Vividas no contexto sócio-econômico, cultural e étnico em que cada um está inserido. Experiências singulares essas, vivenciadas no asilo ou nos Programas de Terceira Idade, constituídas de significados diferentes de acordo com a história pessoal de cada pessoa, os motivos que os levaram tomar a decisão de ir morar no asilo, decisão para as mulheres, às vezes difícil e solitária. (GONÇALVES, 2002)

O lazer direcionado às pessoas idosas emerge como aquilo que Debert (1999a), chama de “Reprivatização do envelhecimento”, em que os indivíduos são

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