Debates sobre a transitologia
Ensaio Crítico
Mestrado em Relações Internacionais
Inês Braizinha
Nº 214853
Debates sobre a transitologia no espaço pós-soviético Desde o colapso da União Soviética, muitos académicos têm tentado enquadrar as transformações e os processos de transição que ocorreram nos países daquela região. A teoria comummente considerada a mais debatida neste campo tem sido a da transitologia, constituída pelas abordagens modernistas. Com o auge da chamada terceira onda de democratização no início dos anos 90, muitos estudiosos não tardaram em fazer um paralelismo entre as transformações que começavam a ocorrer no espaço pós-soviético e as que tinham já acontecido na América Latina e no sul da Europa. Muitos países do chamado mundo industrializado pareceram prontos em considerar que estes regimes que agora “renasciam” caminhavam em direcção a uma democracia com perspectivas liberais. Calcularam erroneamente que a democracia estaria a ficar sem resistência. Apesar de ser uma das teorias mais referidas neste campo, a abordagem da transitologia tem vindo a ser alvo de algumas críticas por assumir uma visão unilateral e algo estanque das transições verificadas nestes países e por olhar apenas para a estrada dessas mudanças como tendo um único sentido: o da democratização/mercantilização. Muitos académicos consideram que estas duas visões, a da modernização e da transitologia, andam de mãos dadas por ambas considerarem que há um final, um desfecho inevitável para estas transições que ruma em direcção a uma democracia liberal que se manterá no tempo e no espaço. “Críticos alegam que a abordagem da transitologia ao estudo do pós-comunismo está baseada numa perspectiva teológica regida pela assunção de um simples ponto de chegada na progressão histórica, nomeadamente, a democracia liberal” (Jordan Gans Morse, 2004, p.321) A visão da transitologia lado a lado com a teoria da modernização olha para estes processos de transição como algo linear, que única e