Debate
Andreza Berti*, Rosa Malena Carvalho**
Resumo
Partindo da hipótese-cinema, de Alain Bergala (2008), reconhecemos o cinema como alteridade, pois a experiência com o cinema permite ser o outro, viver em outro território, flanar por diferentes espaços e tempos. Nesse processo, o cinema pode entrar na escola como potência criadora: promover o encontro dos(as) alunos(as) com diferentes experiências estéticas; provocar a dúvida, o questionamento, colocando em xeque o lugar-comum, os padrões socioculturais, as identidades fixas.
A experiência com Cine Debate em escolas públicas de Ensino Médio, nos municípios do Rio de Janeiro e Niterói, permitiu
* Centro Cultural de
Ciência e Tecnologia,
Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ),
Rio de Janeiro, RJ, Brasil. andreza@casadaciencia. ufrj.br.
** Instituto de Educação
Física, Universidade
Federal Fluminense (UFF),
Niterói, RJ, Brasil. rosamalena@vm.uff.br. problematizar a produção cinematográfica, favorecer a aproximação do cinema com a escola, contribuir para a ampliação do número de filmes brasileiros assistidos, questionar o que consideramos “olhar”. Por meio de uma pesquisa qualitativa, percebemos o desejo dos estudantes em aprofundar os temas discutidos, conhecemos seus gêneros cinematográficos preferidos e a frequência com que assistem a filmes. Esse resultado indica a continuidade da experiência com o Cine Debate.
Palavras-chave
Cinema; escola; educação do olhar; alteridade.
Pro-Posições | v. 24, n. 3 (72) | p. 183-199 | set./dez. 2013
183
The cinema-debate promoting encounters between cinema and school
Abstract
Taking as its starting point the hypothesis cinema, by Alain
Bergala (2008), we recognize cinema as otherness, because, from experience with the cinema, we can be the other, live in the other’s territory, fly through different spaces and times. In this process, the cinema may enter the school as