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Este texto procurou trabalhar com o filme Indochina para buscar uma análise um pouco mais social da história da Indochina, sob ocupação francesa. O filme tem um recorte muito claro, se ambientando nos anos 1930, na cidade de Saigon, atual Ho Chi Min, e arredores, onde fica a propriedade da família de Eliane (a protagonista do filme, vivida por Catherine Deneuve). O texto é também uma tentativa de escapar das abordagens mais comuns quando se fala de história do Vietnã, que analisam as lutas de libertação nacional contra a França, ou as lutas de unificação e contra a ocupação dos Estados Unidos, após a libertação da França. Estas abordagens mais comuns invariavelmente acabam por falar de grandes homens (o líder Ho Chi Min, ou o general Giap, por exemplo6) ou de grandes batalhas (como Dien Bien Phu, onde a França sucumbiu e desistiu de tentar lutar contra a independência do Vietnã7). As pessoas acabam por constituir uma massa amorfa ou um assunto sem interesse nesse tipo de narrativa. Não que o filme também não faça esse tipo de “homogenização” dos personagens que não são os principais na narração (a narração do filme gira basicamente em torno de Eliane, sua filha adotiva Camille [Lin Dan Pham], e o oficial da marinha francesa Jean-Baptiste [Vincent Pérez]), mas pelo menos é possível vê-los e tentar analisá-los.
Assim, voltando ao filme, ele começa com um funeral, e a narrativa de Eliane sobre o que estava acontecendo. O funeral é dos pais de Camille, amigos de Eliane, vitimados por um acidente aéreo. Camille é uma menina indochinesa, que Eliane acaba por adotar. Ambas as famílias possuíam vastas propriedades onde cultivavam seringais, para extração de látex. Com a adoção de Camille por Eliane, as propriedades são unidas. Afinal