Dança afro
A dança afro-brasileira compõe-se de um conjunto de diferentes danças e dramatizações, que apresentam em comum a raiz negra africana. Recriada no Brasil, nas diferentes épocas e regiões, essa herança foi ganhando novos significados e expressões. Na sua origem, algumas delas eram realizadas para recordar ou relatar aos mais jovens, fatos históricos marcantes. Ao reforçar tradições e fundamentos da sua cultura, as danças tornavam-se um importante meio de auto-afirmação do grupo familiar ou social. Outras danças, entretanto, nasceram como meio de expressão e diversão, relacionando ao corpo, emoções e atitudes das pessoas daquele grupo. Eram também uma forma de valorização diante do grupo ou de si mesmos. Revelavam a intensidade do axé (energia) de cada um, de seu poder e capacidade de atuação. Trazidas ao Brasil, com a escravidão, encontraram nas senzalas e nos quilombos, espaço de resistência e afirmação cultural. Durante este século, a dança afro-brasileira, como toda cultura, foi se recriando através do tempo. Hoje, se mantém com uma expressão de características próprias bem marcantes. As danças brasileiras, assim como a raça brasileira, provém das mesmas matrizes: européia, africana e influências indígenas. Em algumas danças e manifestações folclóricas, já não se percebe mais as suas origens étnicas, criando danças ricas e exclusivamente originadas no Brasil. Podem ser consideradas danças afro-brasileiras várias manifestações da nossa cultura popular: afoxé, samba de roda, dança do maculelê, reggae, samba-reggae, danças rituais e até mesmo o recente axé baiano. Também se destaca a dança afro-brasileira propriamente dita, criada a partir do cotidiano do negro africano. Representam momentos da vida diária da tribo africana - como a colheita, o corte da cana, a preparação da farinha, a caça ou a pesca - ou ritos e tradições, como a chegada de um rei, a coroação ou a morte. Agilidade e soltura de cabeça, ombros, braços, tronco e quadril são