daltonismo
Três equipes de cientistas dos Estados Unidos e do Japão afirmaram ter obtido em ratos um material equivalmente às células-tronco embrionárias sem que embriões fossem destruídos. Se o mesmo procedimento puder ser feito em humanos, a descoberta pode se transformar em um marco para tratamentos médicos.
Até então, para conseguir células-tronco, os cientistas tinham de destruir os embriões, ação condenada por muitas pessoas e que levantava debates éticos. O novo estudo pode mudar esta realidade, pois faz com que células simples da pele comportem-se como células-tronco, evitando o uso de embriões.
Os pesquisadores fizeram a descoberta quando inseriram quatro genes nas células da pele de roedores. Eles afirmam que podem fazer com que essas células alteradas tenham o comportamento muito parecido com as células-tronco. No entanto, esse material, chamado de iPS, ainda tem importantes diferenças em relação ao material embrionário real.
Um dos grandes desafios dos cientistas é controlar possíveis efeitos colaterais da modificação genética. Segundo o japonês Shinya Yamanaka, pesquisador da Univeridade de Kyoto e autor de parte do estudo, um dos genes inseridos é conhecido pelo desenvolvimento de tumores.
"Eu acredito que essa descoberta é uma das mais excitantes sobre células-tronco", disse o pesquisador Asa Abeliovich, da Universidade de Columbia, que não participou da pesquisa. Apesar da euforia, ele e outros pesquisadores concordam que o caminho para uma aplicação em terapias humanas é longo.
Para um dos líderes da pesquisa, o cientista Konrad Hochedlinger, da Universidade de Harvard, é crucial que os cientistas continuem a pesquisa com células-tronco. Ele e seus colegas apresentaram o estudo na revista especializada Cell Stem Cell.