da vida nervosa
Nessa parte o autor volta o seu olhar para o termo sociológico “Reprodução Social” que consiste na ”... transmissão e aquisição de valores, normas e costumes sem proceder a alterações significativas, sem inovar, sem mudar o legado recebido”. Passados de geração em geração esses costumes não alterados mostram que os indivíduos não são produtores da própria cultura, mas que são apenas reprodutores da mesma. Não só a cultura permanece inalterada, como também a estrutura e o papel social de cada indivíduo e, portanto, não há uma mobilidade de tal estrutura social, o que faz com que as desigualdades sociais, econômicas, políticas e entre outras, se mantenham. Esse tópico é dividido em 3 planos: Plano Relacional Básico, Plano Extra Relacional e o Plano Hiper Relacional.
2.3.1 Plano relacional básico
Para o autor o termo “relação” tem a ver com reciprocidade e complementaridade. Portanto, a família seria a base da relacionalidade, pois é dentro dela que há uma troca de experiências e consolidação da visão de mundo.
“A qualidade hierárquica das relações familiares e locais, armada, sobretudo, em torno dos eixos de oposição homem/mulher e adulto/criança, pressupõe, como disse, reciprocidade e complementaridade”.(Duarte, 1988, pg 214).
Assim sendo, na família existe uma totalidade composta por essas relações hierárquicas e assimétricas, mas que possuem uma reciprocidade de prestações. É por meio dessas relações que homem e mulher e pais e filhos se unem na mesma casa.
Nesse plano, há duas dimensões de tensão e perturbação; a endógena, que engloba os problemas encontrados dentro de casa, e outra exógena que diz respeito aos problemas trazidos de fora do espaço familiar.
“E enquanto a relação entre gêneros em meio aos modernos funda-se nos princípios da igualdade e da indiferenciação (ver, por exemplo, Salem 1987, 1991; Heilborn 2004), vingam, entre os populares, a crença e o valor em suas inarredáveis diferenças estatutárias.