Da Revolução industrial ao movimento operario
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DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL AO MOVIMENTO OPERÁRIO As origens do mundo contemporâneo Osvaldo Coggiola As origens da Revolução Industrial podem ser encontradas nos séculos XVI e XVII, com a política de incentivo ao comércio, chamada de “mercantilismo”, adotada pelas monarquias absolutistas, que tinham grandes necessidades monetárias (e, portanto, de saldos comerciais favoráveis) em função da manutenção de seus exércitos, em virtude de seu freqüente envolvimento em conflitos bélicos de todo tipo, tanto nas suas colônias como dentro da própria Europa. As circunstâncias imediatas e contingentes, no entanto, refletiam um processo histórico mais profundo. O desenvolvimento do comércio internacional, simultaneamente, criou as bases do mercado mundial (condição para a vitória histórica do capital), e teve um efeito deletério sobre as relações de produção feudais na Europa, ao introduzir as relações mercantis de forma generalizada, e também exigir que a produção se desenvolvesse sobre uma escala qualitativamente mais ampla (para atender às necessidades do desenvolvimento comercial).
O capitalismo, e os próprios Estados nacionais que expressaram a sua vigência, nasceram no quadro da economia mundial. Mas bem antes que ficassem estruturados os principais Estados modernos, o comércio internacional já tinha um desenvolvimento bastante grande. Esse comércio foi um dos fatores que impulsionou a revolução inglesa do século XVII. O capitalismo e os Estados nacionais nasceram já obrigados a terem uma política externa, e a aliarem-se uns contra outros, em função de seus interesses comerciais contraditórios, e em relação com a autodeterminação das nações atrasadas. A Revolução Industrial foi conseqüência, e não causa, desse processo histórico. Esse momento revolucionário, de passagem da energia humana, hidráulica e animal, para a energia motriz,