O MOVIMENTO OPERÁRIO NOS TEMPOS DO MANIFESTO COMUNISTA
O MOVIMENTO OPERÁRIO NOS TEMPOS DO MANIFESTO
COMUNISTA
Osvaldo Coggiola
A organização dos trabalhadores industriais remonta a mais de um século antes que o
Manifesto Comunista fosse redigido, em 1848. As primeiras lutas operárias trouxeram consigo os primórdios da organização. Em 1724, os operários chapeleiros de Paris declararam greve por causa da redução injustificada de seus salários. Criaram, para financiar essa ação, um "caixa de greve". Os primórdios do movimento operário, na Inglaterra, por sua vez, vincularam-se ao movimento democrático radical, por direitos políticos iguais para todos. Filho de um rico comerciante, John Wilkes começou sua carreira política atacando desde seu jornal, o North
Briton, o Rei Jorge III, transformando-se no paladino das liberdades civis fundamentais. Logo virou líder de massas em Londres, com grande apóio para seu movimento de reforma democrática. Foi perseguido e detido diversas vezes. A 10 de maio de 1768, uma multidão se reuniu para exigir sua liberdade. A repressão da manifestação provocou seis mortos e muitos feridos. Houve uma comoção em Londres e condados vizinhos: estivadores, trabalhadores portuários, marceneiros e alfaiates declararam greve. Wilkes organizou a campanha eleitoral de
1774 a partir de um programa que defendia um sufrágio mais eqüitativo e a defesa dos direitos populares na Inglaterra, na Irlanda e na América. O movimento radical que dirigia conquistou, em que pese o reduzido número de eleitores (devido ao voto censitário, dos homens de fortuna), doze membros no parlamento. A influência política de Wilkes durou até 1780, mas a política reformadora continuou vigente. A maior parte dos políticos se apresentava como reformadores.
Cartwright publicou em 1776 uma brochura intitulada Take Your Choice (Escolha) na qual esboçava o programa que inspiraria todo o movimento popular durante os setenta e cinco anos seguintes. Na