Da investigação-acção è educação Inclusiva
Compreender, Agir, Mudar, Incluir.
Da investigação-acção è educação inclusiva Isabel Sanches*
“Se queres compreender uma certa realidade, procura mudá-la”
W. F. Dearborn1
“Nem acção sem investigação nem investigação sem acção”
Kurt Lewin2
Este artigo pretende fazer uma pequena reflexão sobre um paradigma de investigação, considerado por alguns “menos nobre”, e a sua oportuna e necessária aplicação no processo de construção de uma educação inclusiva. Parte-se de uma breve fundamentação teórica sobre a investigação-acção como estratégia de actuação que pode desencadear profissionais mais reflexivos, mais intervenientes nos contextos em que se inserem e desencadeadores de práticas pertinentes, oportunas e adaptadas às situações com as quais trabalham, para chegar à explicitação de um modelo de actuação que usa a investigação-acção em práticas de educação inclusiva.
A investigação, tradicionalmente, é categorizada em dois tipos:
- fundamental - visa aumentar o nosso conhecimento geral;
- aplicada - visa produzir “resultados que possam ser directamente utilizados na tomada de decisões práticas ou na melhoria de programas e sua implementação” (Schein, 1987, citado por Bogdan e Biklen, 1994:264).
As duas modalidades são utilizadas no campo educativo, podendo uma
*
Docente da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Membro da UID Obsercatório de Políticas de Educação e de Contextos Educativos. Co-coordenadora dos cursos de Pós-Graduação e Formação
Especializada em Educação Especial.
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Isabel Sanches
complementar a outra, com o objectivo final de melhorar a vida das pessoas, através das mudanças a realizar.
Uma das modalidades da investigação aplicada é a investigação-acção, cujo objectivo é promover a mudança social, enfocada, aqui, no campo educativo. A mudança é uma acção complicada porque, tendo como objectivo melhorar a vida das pessoas, pode estar a pôr em