Da iatroquímica à química medicinal moderna
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS-UNIFAL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
LICENCIATURA EM QUÍMICA
DA IATROQUÍMICA À QUÍMICA MEDICINAL MODERNA
FERNANDA MENDES DE PAIVA OLIMPIO
Alfenas - MG
Maio/2011
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1 INTRODUÇÃO
“O uso de substâncias com a finalidade de combater as doenças perde-se na origem do homem” (TAVARES, 1996), tendo precedido a história da escrita. As primeiras drogas foram as de origem natural, extraídas de vegetais, usadas na terapia de do enças infecciosas. Os antigos chineses, hindus, maias e povos do Mediterrâneo, muito antes de nossa era, já empregavam terapeuticamente certas plantas e alguns minerais (KOROLKOVAS;
BURCKHALTER,1988).
Quando as primeiras civilizações surgiram e começaram a documentar sua história, acreditava-se que as doenças eram causadas por divindades ou por espíritos sobrenaturais que se revoltaram contra o homem. O feiticeiro da tribo, o médico primitivo, tinha a função de intimidar os maus espíritos utilizando-se de métodos agressivos, danças, gritos, gestos simbólicos, fumegações e outros (JÚNIOR, 2004).
Foi Hipócrates quem tirou a medicina da irracionalidade, mostrando que as doenças eram causadas pelo desequilíbrio entre partes do próprio organismo, que deveriam ser observadas para se estabelecer o que seria um prognóstico (JÚNIOR, 2004).
Inicialmente a medicina romana era praticada dentro da própria família, em que o patriarca utilizava seus conhecimentos, que foram transmitidos pelas gerações anteriores, no tratamento dos familiares doentes (JÚNIOR, 2004).
Cerca de 3.000 a. C., o imperador chinês Shen Nung recomendava o uso da planta
Ch’ang shang no tratamento da malária. Os índios brasileiros utilizavam a raiz da ipeca no tratamento da disenteria e diarréia. No Peru, os incas usavam a casca de quina contra a febre e a malária e folhas de coca como estimulante e euforizante (KOROLKOVAS;
BURCKHALTER, 1988).
De acordo com Korolkovas & Burckhalter (1988), no século IV a. C.,
Hipócrates recomendava o emprego de sais