Da economia política a política econômica
Da economia política a política econômica:
O novo desenvolvimentismo e o governo Lula
SUMÁRIO PG 1. INTRODUÇÃO 2. AS CRÍTICAS À CONTINUIDADE DAS POLÍTICAS NEOLIBERAIS 3. O NOVO-DESENVOLVIMENTO COMO PROPOSTA DE POLÍTICA ECONÔMICA 4. O NOVO-DESENVOLVIMENTISMO COMO POLÍTICA ECONÔMICA APLICADA 5. AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DE POLÍTICA E A INFLUENCIA DO NOVO-DESENVOLVIMENTISMO 6. CONCLUSÃO 7. BIBLIOGRAFIA 8. O QUE É NOVO-DESENVOLVIMENTISMO
INTRODUÇÃO
No início do governo Lula, os economistas foram surpreendidos com a continuidade de uma política macroeconômica iniciada no governo FHC, após a crise do real em 1999, política essa baseada no paradigma neoliberal e baseada nos mercados eficientes, com ênfase na “competitividade” e na estabilidade monetária, que substitui o dirigismo estatal para assegurar o crescimento acelerado.
Essas políticas eram fundadas num tripé composto por metas de inflação, câmbio flutuante e política fiscal, visando manutenção do superávit primário que compensasse o déficit nominal das contas públicas.
Essas políticas, associadas às reformas institucionais da década de 1990 resultaram numa forte liberalização comercial, desregulamentação financeira e crescente abertura da conta de capitais.
Críticas às essas políticas já eram feitas até mesmo por quem fez parte de sua implantação. Em 2001, Barros criticou a obsolescência do real e sua perda de eficácia, pois, por ser baseado no “dilema fiscalismo versus desenvolvimentismo” e por não atentar-se a falta de competitividade da indústria nacional frente à estrangeira.
Parte dessas críticas nasceram de trabalhos acadêmicos e livros destinados ao grande público.
Podemos observar dois objetivos:
O primeiro objetivo foi a demarcação de campos teóricos, marcado pela busca da demonstração do continuísmo do governo Luca ao de FHC, com ênfase em suas contradições, sempre demonstrando programas alternativos