DA CARTOGRAFIA NA ESCOLA À CARTOGRAFIA ESCOLAR – UMA NOTA
Juliana Pereira de Souza – jugeo@ig.com.br
Introdução
O presente trabalho tem como objetivo, tecer algumas considerações sobre a mudança da cartografia no ensino da geografia. Para isso, o trabalho é esboçado em três partes. A primeira, um panorama sobre as transformações do ensino da geografia no Brasil. Em um segundo momento, será abordado as diferentes abordagens da cartografia em sala de aula enquanto reflexo da própria ciência geográfica. Assim, apontando as suas especificidades na geografia tradicional, o seu relativo desaparecimento na geografia crítica e sua volta na atualidade, porém não como um instrumento alienante como fora outrora, porém uma cartografia escolar significativa aos sentidos do aluno. Para finalizar, sugerimos algumas propostas didáticas para trabalhar uma cartografia escolar e geografizada.
1. – A evolução do ensino de geografia do Brasil.
O ensino de geografia teve importantes mudanças nas últimas décadas. Tal mudança se deve aos movimentos de renovação da geografia. Com o objetivo de periodizar esse movimento, podemos datá-lo em um primeiro momento em meados da década de 70. Marcada pela ideologia positivista, a geografia acadêmica de matriz vidalina que permeou as universidades brasileiras até a metade do século XX, apresentava a geografia como uma ciência apolítica, embasado em um discurso de neutralidade. As relações entre homem e natureza eram descritas para a formulação de leis gerais. Os métodos dessa geografia foram criticados pela chamada geografia quantitativa. Os adeptos dessa corrente afirmavam que os métodos empírico-descritivos eram insustentáveis para a explicação da realidade. A nova geografia então baseada em modelos matemáticos passa a ser institucionalizada nas universidades. O pragmatismo dessa nova geografia ia de encontro com as necessidades de planejamento do Estado Brasileiro. O ensino de geografia era