Cães antitanque
História
Escola de adestramento de cães na Oblast de Moscou, 1931
Em 1924, o Conselho Militar Revolucionário da União Soviética aprovou a utilização de cães para fins militares, incluindo tarefas como resgates, primeiros socorros, detecção de minas e pessoas, auxílio em combate e transporte de alimentos e remédios, entre outros. Uma escola de adestramento de cães foi fundada então na Oblast de Moscou; doze centros regionais foram inaugurados pouco depois, sendo três deles destinados ao treino de cães antitanque.1 2
O Exército Vermelho não contava com um corpo de adestradores, recrutando portanto caçadores e profissionais do circo e da polícia. Diversos cientistas foram também envolvidos na implementação do programa. Devido a sua força, velocidade, destemor e inteligência, pastores-alemães foram os principais escolhidos para treinamento, apesar de outras raças terem sido utilizadas. A idéia de usar os cães como minas explosivas móveis foi aperfeiçoada na década de 1930, juntamente com o projeto de bombas que melhor se adequassem ao físico dos animais. Em 1935, unidades de cães antitanque foram oficialmente engajadas às forças soviéticas.1 2
Treinamento
A princípio, o cão deveria carregar uma bomba amarrada a seu corpo e alcançar um alvo especificamente estático. Ele deveria então soltar o explosivo ao puxar com seus dentes um cinto retrátil, retornando a seu adestrador. Neste momento a bomba seria detonada, ou através de um temporizador ou por controle remoto, embora este último dispositivo fosse muito caro e raro para a época. Uma matilha de cães praticou por seis meses, mas mesmo os mais espertos não conseguiram concluir a tarefa. Alguns se saíram bem em alvos solitários, mas se confundiram após a mudança de objetivo ou de localização, frequentemente retornando a seus adestradores com a bomba ainda presa a seus corpos. Considerando que seria utilizado um detonador ativado com o tempo, isto poderia acabar matando tanto o cão quanto seu operador.3