Câmbio e estabilidade
O Brasil vem, nos últimos anos, adotando e consolidando a estratégia de estabilidade macroeconômica. A manutenção da inflação dentro do intervalo da meta, a redução da dívida pública em relação ao PIB e a busca de menor volatilidade cambial são sinais de melhora na coordenação das políticas econômicas, em especial a monetária, a fiscal e a externa. Com isso, vive-se em uma fase na qual se faz cada vez mais necessário o ajuste fino dessas políticas, com vistas ao desenvolvimento sustentável, aqui entendido como o crescimento econômico aliado à inclusão social e à preservação ambiental.
Os desafios se amplificam quando se considera um ambiente de persistência da crise financeira internacional que reduz o espaço para a expansão das exportações. Ao mesmo tempo, cria uma forte concorrência dos produtos importados redirecionados para o Brasil, devido à perda de mercados tradicionais, especialmente na Europa e nos EUA. Isso está acirrando a concorrência entre países, na busca de mercados alternativos, notadamente entre os principais mercados emergentes. A dificuldade dos países centrais em reativar suas economias tem levado à manutenção das taxas de juros internacionais em patamares baixos, próximos de zero, levando a um excesso de liquidez mundial e à desvalorização do dólar e do euro e à consequente valorização das moedas dos emergentes.
Com o Brasil não tem sido diferente. A valorização do real ajuda no combate à inflação, reforça o país para enfrentar a crise com um montante robusto de reservas
internacionais, mas gera produção focada em produtos primários (exportação de commodities) e à redução da produção industrial interna. Vive-se uma espécie de paradoxo: facilidades de liquidez e de financiamento e dificuldades de reativação da atividade econômica.
Em um complexo ambiente em que: permanecem os efeitos da crise internacional; ficam mais estreitos os raios de manobra da política fiscal; o nível de