CÂMARA DE REFLEXÕES
EDUARDO LEONE
TRABALHO SOBRE LUIZ GONZAGA PINTO DA GAMA
LUIZ GONZAGA PINTO DA GAMA, ex-escravo, autodidata, advogado, poeta, maçom, republicano e abolicionista radical, nasceu em 21 de junho de 1830 no Estado da Bahia, filho de um fidalgo português e de Luiza Mahin, que segundo ele mesmo relata, participou da Revolta dos Malês, em 1835, a maior rebelião de escravos do Brasil, e da Sabinada, em 1837, que proclamou a Republica Bahiense.
Em virtude da participação da mãe nessa revoltas, que teve que fugir para o Rio de Janeiro, foi deixado sob os cuidados do pai, que o vendeu aos 10 anos de idade, na condição de escravo, segundo consta, para pagar dívidas de jogo. Foi assim que, da noite para o dia, um ser humano livre e dono de si, tornou-se um escravo. Daí iniciou a trajetória de superação que faria de Luiz Gama um exemplo para negros e brancos na sua luta obstinada pelo fim da escravidão.
Aos dezoito anos aprendeu a ler e escrever com ajuda do jovem Antônio Rodrigues do Prado Junior e nessa época foge da casa de seu senhor e ingressa na Marinha de Guerra, na qual serviu por 6 anos, alcançando a patente de cabo-de-esquadra, da qual foi expulso, por ato de insubordinação a um oficial, nas suas palavras, insolente.
Em 1856 torna-se amanuense da Secretaria de Polícia da Província de São Paulo. Gama frequentou, por algum tempo, como ouvinte, a Faculdade de Direito de São Paulo, onde sofreu preconceito e repulsa de professores e alunos, à época todos brancos e de origem aristocrática.
Sem diploma de bacharel em Direito, torna-se um rábula e liberta, pela via judicial, 500 escravos do cativeiro, um feito sem igual na história mundial da advocacia e, quando não conseguia libertar um escravo nos tribunais, comprava a alforria com dinheiro arrecadado por ele mesmo através de esmolas, e às vezes com a ajuda dos irmãos da Maçonaria ou dos membros do Círculo Operário Italiano.
Em 1859 lançou o livro Primeiras Trovas,