camara das reflexoes
Câmara de Reflexão por Carmen-Lara
As iniciações remontam aos primórdios da humanidade, estando essencialmente associadas a ritos de passagem.
Geralmente nos objectivos das iniciações estão a aprendizagem de valores fundamentais para a vivência de um nível seguinte. Na Maçonaria, a Câmara de Reflexão surge como “peça” fundamental no processo de iniciação. Cuidadosamente dissimulada e fora do conhecimento dos profanos apresenta normalmente uma entrada discreta e de dimensões reduzidas, assemelhando-se no possível a uma gruta, túmulo, ou interior da terra. Sendo a chave da iniciação do neófito na Maçonaria tem uma importância excepcional para o futuro Maçon, pois é nesse local que o neófito efectua uma reflexão sobre a sua vida profana e o que deverá ser após admissão na Ordem.
Assim, espera-se do candidato, no interior da Câmara de Reflexões, uma séria meditação, através da qual seja levado a entender a efemeridade das coisas terrenas e a importância dos bens espirituais. Sendo recebido à entrada do edifício da ordem, a introdução do candidato na Câmara tem uma simbologia especial, correspondendo à descida ao interior da Terra, ao mundo da matéria densa. Ao fazer-se passar o profano pela Câmara de Reflexão, espera-se que o isolamento, a envolvente e os objectos lá colocados possam proporcionar novos ensinamentos. Outro simbolismo muitas vezes associado à Câmara é o do feto no ventre materno, sendo que a estadia no local corresponderia ao tempo de gestação que antecede o nascimento. O embrião desenvolve-se, nascendo para uma nova vida. Tudo isto precedido do aspecto fúnebre simbolizando a morte do neófito para a vida profana. O isolamento e as paredes negras representarão a transição das trevas para a luz que constituirá o culminar do processo de iniciação. Por isso a finalidade da Câmara não será o de provocar medo ao neófito, mas antes o estado de clareza e receptividade a nível espiritual absolutamente necessário ao entendimento dos