Currículo e cultura
MARIA FERNANDA GONÇALVES
1. INTRODUÇÃO A ESE de Viseu entrou numa nova fase da sua vida institucional, volvidos 13 anos após a sua criação. É, como já se disse, uma boa altura para "balanço" do trabalho realizado, mas sobretudo para recriar dinâmica e projectos que a justifiquem como organização com finalidades específicas, ao serviço da comunidade nacional e regional, nas dimensões, com as estratégias e com as formas de intervenção que se julguem mais adequadas.
É tempo de encontrar algumas respostas seguras para as perguntas: Quem somos? O que queremos? Como pretendemos chegar lá?
Foi nesta fase de trabalho que veio encontrar-nos o Colóquio que aqui se realiza. Incluímos, portanto, nas nossas preocupações de pesquisa e acção a clarificação da(s) cultura(s) de aprendizagem que proporcionamos aos nossos alunos.
São alguns apontamentos desse processo, mais do que resultados já obtidos, que aqui trazemos.
Cabe-me, no tempo de intervenção que me foi dado, justificar a razão por que enquadramos parte da pesquisa que temos em curso no campo conceptual do "currículo oculto" e provocar, a partir daí, algumas reflexões.
À questão do porquê, responderei simplesmente: por convicção, e por influência da nossa preparação específica.
A nossa convicção de que os mecanismos, conjunto de mensagens e aprendizagens que uma instituição de formação produz - e que se incluem no âmbito do chamado currículo oculto - são extremamente influentes na formação proporcionada, tentarei justificá-la ao longo desta intervenção.
Cada modelo de formação, e cada instituição escolar, tem o seu próprio currículo oculto. Queremos conhecer o nosso, para fazer dele instrumento eficaz de formação - nos aspectos em que seja manipulável, ou, pelo menos, na medida em que o processo de reflexão crítica é já em si um acto cultural e formativo.
Não seja motivo de estranheza a referência à nossa formação específica. Cada área