Currículo, formas de controle e produção das fronteiras da inclusão/exclusão
Acadêmica: Marcelli Raihane Martins Ferreira
Currículo, formas de controle e produção das fronteiras da inclusão/exclusão
Ruth Pavan
Ruth Pavan inicia seu artigo discutindo sobre o currículo escolar que vem ao longo dos tempos, excluindo mais que incluído os diferentes grupos sociais e culturais.
A autora usa as reflexões teóricas de Foucault para entender como o poder controla nossas subjetividades. Segundo Foucault a sociedade desenvolveu uma estratégia para que cada sujeito imaginasse que estaria sendo observado e vigiado a qualquer momento, assim o indivíduo passa a agir como se estivesse em vigilância permanente, como na arquitetura do panóptico, sistema prisional inventado por Jeremy Bentham. Tal artifício é utilizado pela medicina, pelas prisões e por diversas instituições como as escolas.
Com o aumento da população o panóptico foi se tornando cada vez mais um fenômeno, pois através dele foi possível disciplinar e controlar os indivíduos.
A idéia era disciplinar o indivíduo sem aplicar um castigo, como os rituais de tortura. Assim o corpo passou a ser corrigido, tanto no conhecimento como no bom comportamento. Cada indivíduo passou a se controlar para não ser julgado como ‘’errante’’. Este poder foi sutil para controlar os outros e se autocontrolar.
Colocando a visão de disciplina para as escolas, a autora diz que a forma eficaz de inclusão/exclusão é a avaliação, ela é parte integrante do currículo. Para discutir essa concepção curricular e de avaliação Pavan usa a reflexão de quatro professores que afirmam que as avaliações realizadas no dia-a-dia são mais importantes que as provas escritas.
Para finalizar seu artigo a autora diz que a sociedade aceita como natural e inevitável a existência de incluídos e excluídos. Diz ser necessário modificar e refletir a justiça curricular pelas diferenças produzidas por relações sociais.