CUNHA e SOUZA

CUNHA, Maria Angélica Furtado, SOUZA, Maria Medianeira. Transitividade e seus contextos de uso. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007. p. 25-76.
Na parte analisada do livro “Transitividade e seus contextos de uso”, que vai da página 25 até a página 76, as autoras Maria Angélica Furtado da Cunha e Maria Medianeira de Souza abordam os estudos sobre a transitividade verbal seguindo a visão da linguística funcionalista e tomando como base a transitividade segundo a linguística funcional norte-americana e a transitividade segundo a Linguística Sistêmico-Funcional.
No primeiro capítulo do livro, as autoras falam que o conceito de transitividade, nos estudos funcionalistas, denota a transferência de uma atividade de um agente para um paciente. Para a gramática tradicional, dizem as autoras, a transitividade é uma propriedade do verbo, e não da oração, ou seja, um verbo transitivo é aquele que descreve uma relação entre dois ou mais participantes de tal modo que um dos participantes age sobre o outro, já o verbo intransitivo descreve um estado ou uma situação envolvendo um participante. Mas apesar desta distinção, a linha de demarcação entre eles é muito variada, verbos podem ser usados transitiva e intransitivamente: Eles comeram maçãs (transitivo) / Eles não comerão (intransitivo), assim, as autoras explicam que o conceito de transitividade apresenta alguns problemas aos dados da língua em uso: a transitividade não é propriedade de um dado verbo e que na observação da transitividade interagem elementos de natureza sintática, semântica e pragmática.
No segundo capítulo, Cunha e Souza propõem uma análise alternativa para a transitividade, baseada nos estudos da linguística funcional norte-americana de Gívon, Hopper, Thompson e Chafe. Seguindo essa abordagem, a transitividade é entendida como uma propriedade contínua, escalar ou gradiente, da oração como um todo. Apresentando um componente semântico e outro sintático, a transitividade nessa perspectiva, descreve um evento que