Cultura e globalização
Falando sobre a globalização, o senso comum geralmente cria a ideia de um mundo com bases formalizadas, não só em intervalos políticos e econômicos, mas também no cultural. A partir do confronto dos conceitos de cultura e identidade e as de nacionalidade globalidade e identidade, este trabalho visa para apresentar a ideia de que a configuração de um comunitarista homogénea e cultura global não é disponível.
CULTURA E IDENTIDADE
Desde que o ser humano iniciou a saga do registro de sua história, desde que se tornou um ser civilizado, observou-se, no tempo e no espaço, a distinção entre tipos de sociedades: extrativista, caçadora, agrícola, guerreira, comerciante, conquistadora, colonizadora... Esses estágios históricos, que também representam formas de sociedades conviventes, configuraram diferentes categorias culturais, de acordo com a conformação específica de cada uma delas.
O termo cultura deriva do verbo latino colere, cultivar, e estava originariamente relacionado ao cultivo da terra. Provavelmente, a relação anímica com a natureza como parâmetro para a compreensão do mundo fez com que o termo agrícola passasse a traduzir, também, os padrões de comportamento e de relacionamento dos homens. Passou-se a designar de cultura tudo que aludisse a normas, regras e conteúdos sociais cultivados pelo homem. Segundo Damatta (1986. p. 123),
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a maneira de viver total de um grupo, sociedade, país ou pessoa. [...] Um mapa, um receituário, um código através do qual as pessoas de um dado grupo pensam, classificam, estudam e modificam o mundo e a si mesmos. É justamente porque compartilham parcelas importantes deste código (o da cultura) que um conjunto de indivíduos com interesses e capacidades distintas e até mesmo opostas transforma-se num grupo onde podem viver juntos, sentindo-se parte da mesma totalidade.
O conceito de cultura apresentado por Damatta importa no sentido que atribui à cultura; o de instância modificadora do homem, por ele