Cultura e Educação
Maria Cláudia Corrêa Machado
Podemos afirmar que o comportamento dos indivíduos está condicionado pela cultura em que ele convive, assim sendo, somos produtos e produtores de nossa própria cultura. O Estatuto da Criança e do Adolescente, sob a Lei Federal nº 8069/90 de 13 de julho de 1990, em seu ART. 58 diz que:
“No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade de criação e o acesso às fontes de cultura”.
No entanto, o que é muito bonito na teoria não vem se aplicando na prática. A escola que deveria propiciar essa valorização multicultural acaba por insistir em perpetuar a cultura das classes dominantes, como se a mesma fosse legitimamente superior em relação às outras.
Assumindo essa postura a escola limita-se a rotular tudo aquilo que foge aos padrões ditados pela sociedade vigente. O rótulo, nesse sentido, é uma forma de opressão exercida pela escola, que torna previsível e monótona a relação aluno/escola, impedindo, com essa atitude, a espontaneidade e as possibilidades de crescimento pessoal.
Superar esse processo seria constituir o início do autoconhecimento, que devolveria ao indivíduo a liberdade de ser ele mesmo, sem a necessidade da depreciação de seus valores e costumes.
Vivemos em um país de grande extensão territorial e se formos fazer uma análise em sua constituição étnica veremos o quão justificável é a grande diversidade cultural que nos é apresentada, não só no âmbito regional, mas também local, como acontece nos distintos bairros e periferias de todo o país.
Diante dessa realidade, a escola deveria valorizar essas diversidades, pois é através da interação e da troca que somamos as diferenças e reforçamos as semelhanças. Mas infelizmente a escola acaba por compactuar com a cultura dominante, quando impõe ao aluno o que é ou não importante que ele aprenda, desconsiderando os valores e a