cultura surda
È tarefa difícil definir cultura surda. Podemos vislumbrar um conceito como um movimento social, formado a partir de uma minoria linguística, que está em oposição à cultura e ideologia dominantes. Os surdos procuram conviver harmoniosamente com grandes diferenças, dentre elas a mais marcante, a linguística. Esta comunidade está sempre procurando fazer valer os seus direitos políticos e sociais, lutando contra o estigma, o estereótipo, a deficiência, o preconceito, e o poder do ouvintismo. O que poderia ser um caminho por parte da nossa sociedade predominantemente ouvinte seria o reconhecimento da identidade cultural surda. Vivemos no século 21, portanto é conveniente que adotemos uma nova perspectiva em relação a um futuro cada vez mais próximo. E uma nova perspectiva implica preencher um espaço que outrora fora habitado por uma concepção concordante com a mentalidade vigente da época, mas que atualmente torna-se ultrapassada e não deve mais se sustentar, em seus alicerces ruinosos que não mais se alinham à superfície das novas descobertas.
Dentre as características mais marcantes da cultura surda além da língua são osartefatos culturais e tecnologias. Dentre estas destacamos: TDD, aparelho auditivo, implante coclear, Closed Caption e alerta luminoso ou vibratório em telefones e campainhas, além da poesia e contos surdos que muito traduzem a visão que o surdo tem do mundo e como pode contribuir com ele. É fundamental olharmos para a Identidade Cultural Surda dentro de um contexto multicultural, onde a identidade é algo em questão, em construção, uma construção móvel que pode frequentemente ser transformada ou estar em movimento, e que empurra o sujeito em diferentes posições. PERLIN (1998: 52) É evidente que as identidades surdas assumem formas multifacetadas em vista das fragmentações a que estão sujeitas, face à presença do poder ouvintista que lhes impõem regras, inclusive, encontrando no estereótipo surdo uma resposta para a