Cultura Portuguesa
Capítulo III
Ponto 0.
Ponto 1. Hibridismos na formação da cultura portuguesa A partir do século XI, deu-se o desenvolvimento de uma civilização particular, no noroeste da península, na qual assenta a criação da cultura portuguesa. Essa civilização deteve o galaico-português como língua e o seu espaço natural era dentro do reino de Leão (especialmente após a integração de Coimbra, em 1060, neste reino).
A primitiva estrutura administrativa que deu origem a Portugal coincidiu apenas com parte do reino de Leão: a sul do rio Minho, que daí até ao rio Mondego deu lugar ao condado portucalense, o berço político de Portugal. A cultura deste condado fazia parte da cultura galaico-portuguesa, mas mostrava algumas diferenças, que tinha a ver com a sua localização, pois a sua fronteira a sul entrava em contacto com as zonas de arabização e islamização religiosa da península.
As duas culturas dominantes da península eram: a cultura cristã e a cultura islâmica, as quais são fundamentais para compreender “a existência de uma cultura portuguesa diferenciada”, pois foi devido aos contactos entre estas duas e aos seus entendimentos uma pela outra que a cultura galaico-portuguesa pôde permanecer e até expandir-se (procurando a criação de uma “galiza andaluza”) e que, mais tarde, permitiu a individualização de Portugal.
Pelo contrário, Oliveira Martins mostra uma visão do aparecimento de Portugal apenas como um acto militar dos barões na conquista territorial, dando enfase a este movimento como proporcionador da expansão para sul dos lusitanos pela península. Esta visão permite-nos perguntar se os contactos entre portugalenses e os mouros foi simplesmente pela conquista territorial ou se houve outras razões e se a expansão dos portugalenses pelo sul foi apenas representativa, pois apensas substituiu os galaicos pelos lusitanos.
Para podermos perceber melhor a história compreendida entre os séculos XI e XII na faixa ocidental da Península ibérica, é