Cultura, pensamento e linguagem
“Prof. Wilson Ribeiro de Camargo”
Material 2 – Curso: Processos Gerenciais (vespertino e noturno) Semestre: 1º Disciplina: Comunicação e Expressão Profª Eoná
Cultura, pensamento e linguagem
Quando se investiga como o senso comum pensa a relação entre pensamento e linguagem, a primeira resposta é que a linguagem reproduz o pensamento, as emoções, as sensações humanas. E essa relação efetivamente existe: é através da linguagem, que se veiculam, ao outro e a si mesmo, emoções, sensações, objetivos, metas, enfim, reflexões acerca da realidade, tanto externa quanto interna.
E por falar em reflexões, é importante ressaltar que esse termo tem um acréscimo de sentido em relação a seu sinônimo pensamentos. As reflexões ocorrem num caminho de mão dupla: o sujeito percebe o reflexo, em seu psiquismo, dos fatos da realidade e, a partir desse reflexo, engendra uma ação sobre a realidade, ou seja, reflete o reflexo.
Nesse contexto, se é verdade que a linguagem funciona como instrumento de registro do mundo interior do ser humano e de sua percepção do mundo externo, também é verdadeiro que a linguagem estrutura o pensamento. Pousemos sobre essa dinâmica.
A linguagem é um sistema de signos (significante + significado) que representam simbolicamente cada ser ou fato da realidade. Representar significa tornar presente de novo (re-presentar) algum aspecto da realidade, já registrado, por meio do símbolo, na consciência do sujeito. Assim, essas representações permitem que carreguemos conosco tudo que já apreendemos em nossas relações com o mundo e com nós mesmos. Se já registrei, em minha consciência, o cheiro do mar, não precisarei descer ao litoral para ressenti-lo: basta acionar minha memória sensorial. Em outras palavras, a representação simbólica de nossas relações com os múltiplos aspectos da realidade faz que prescindamos da presença desses aspectos para que possamos estar diante deles e com eles lidar, pensando.
Essas