Cultura de fã
Este trabalho tem como objetivo estudar o funcionamento dos chamados fandoms na internet e a sua forte relação com a chamada indústria cultural e o capitalismo. O que pode ser entendido como fã? A palavra, derivada do termo em latim fanaticus, está relacionada a devoção, a um indivíduo pertencente e servidor de um templo. O significado da palavra fã, por muito tempo, foi associado à diversos estereótipos. Os fãs eram marginalizados, muitas vezes vistos como psicóticos, pela sociedade e também pela mídia. No entanto, atualmente, a realidade dos fandoms, os grupos de fãs, mudou, e agora eles ganharam importância para as grandes corporativas midiáticas. As redes sociais compõe um elemento fundamental nesse processo. A idolatria precisa de um espaço para ser demonstrada e, cada vez mais, esse espaço vem se consolidando na internet. Assim sendo, é possível dizer que a internet tornou-se o templo da nova geração, ou melhor, o reino, já que a palavra "Fandom" é inglesa, e é uma contração de Fan Kingdom, ou seja, Reino do Fã. Por mais evidente que esteja na sociedade contemporânea, o fã ainda é uma figura misteriosa, portanto pretendemos estudar esse fenômeno e analisar o comportamento deles como consumidores, ressaltando a maneira como eles constroem uma cultura caracterizada por vários níveis de participação, gerando identidades. O capitalismo e a Indústria Cultural O capitalismo de consumo não nasceu apenas de técnicas industriais modernas, ele é também uma construção cultural e social. O sistema econômico capitalista busca o lucro pelo volume e pelos preços baixos, ou seja, coloca os produtos ao alcance das massas, o que podemos chamar de democratização do acesso aos bens mercantis. A partir da produção de massa nasceu o "marketing de massa". Assim, os produtos ganharam um nome, a marca, que atua como garantia de qualidade. Dentro desse contexto instaurou-se uma política de venda agressiva e sedutora, o