Cultura de avalição no brasil
Ao pensar avaliação e o que se estabelece como “cultura de avaliação”, convém desvincular o passo inicial desse pensamento da sua vinculação espacial. Melhor dizendo, se o pretendido for apresentar uma ruptura paradigmática, como vem proposto nos documentos oficiais, (LDB, DCNEM, etc.), a cultura de avaliação no Brasil não difere do que se estabeleceu como tal, nos fundamentos desse conceito, em todo o mundo. É necessário que consideremos a partir daqui, avaliação no contexto da aprendizagem escolar e que também possamos levar em conta que avaliar é algo que fazemos sempre, também fora desse contexto. Nesta segunda situação, a atitude avaliativa fornece parâmetros para a correção do processo criativo, seja qual for o objeto de criação. O para quê, e o para quem se apresentam como critérios avaliativos fundamentais do quê está sendo produzido e naturaliza a auto-avaliação sobre o que será apresentado. Nesse contexto a avaliação identifica-se com o refazer, o reconstruir, o reorganizar e faz parte do que se quer fazer como elemento indissociável do processo de conhecer/aprender.
No contexto da aprendizagem escolar essa naturalização foi há muito tempo rompida, no Brasil e no mundo. A escola instituída como espaço em que os conhecimentos a serem adquiridos são os que as esferas de circulação de poder e controle social reconhecem como válidos, o quê e o para quê são apresentados abstraídos do para quem. Quer dizer: isto é uma formulação. Ao aprendiz os conteúdos da aprendizagem escolar são apresentados como indispensáveis (o quê), independentes do contexto de sua produção. São conteúdos para quê ele possa ser aprovado e reconhecido basicamente como força de trabalho, abstratamente convencido de que é para si mesmo (para quem), alheados assim do reconhecimento do espaço que ocupa e do que lhe