Cultura da convergência

Matrix e a Narrativa Transmídia
Henry Jenkins começa o capítulo citando uma história em quadrinhos do autor Peter Bagge, publicada no site de Matrix, que trata da complexidade e da capacidade de entendimento do filme. Bagge aborda a questão de que, pelo fato de alguns entenderem o filme e outros não, os que entendem se sentem poderosos, enquanto os outros se sentem rebaixados. Jenkins começa então a tratar do por que a franquia de Matrix se tornou algo tão difícil de entender por alguns. O filme instiga o consumidor, de forma que cada parte precisa das outras para fazer sentido, e, ainda assim, para muitos o filme não faz sentido.
Para o autor, “Matrix é entretenimento para a era da convergência”, pois, por se tratar de uma narrativa ampla, acaba não podendo ser contida em uma única mídia. As outras mídias, como por exemplo, quadrinhos e games, acabam suprindo a “fome de informações” dos fãs. O filme “também é entretenimento para a era da inteligência coletiva”, de forma a se tornar uma espécie de obra de arte que pode ser decifrada. Segundo Pierre Lévy, o grande desafio é criar obras que sejam suficientemente profundas para justificar um empreendimento tão grande, a fim de que se evite, por exemplo, que a obra seja concluída muito rápido. Matrix funciona como atrator e ativador cultural. Seus expectadores vivem experiências através de observações e compartilhamento de informações, que seriam diferentes e menos aproveitadas se tentassem vive-las sozinhos.
Jenkins define Matrix como uma “narrativa transmídia”, assunto central do capítulo. Uma narrativa transmídia consiste em contar uma história através de diversas plataformas, cada uma com um texto e uma forma diferente, mas de forma que todas contribuam valiosamente para o todo e que o universo da trama possa ser explorado de diversas maneiras. Para isso, cada plataforma de acesso á franquia deve ser autônoma, de forma que não seja necessário ver o filme para, por exemplo, gostar do jogo. A compreensão é o que