Culinária do sudeste
Curso Superior de Tecnologia em Gastronomia
COZINHA BRASILEIRA (SUL, SUDESTE, CENTRO-OESTE) 3º Período
Prof. Fernando Sabino
SUDESTE
Contrastes e pluralidade são características marcantes do Sudeste, começando pela paisagem, que contrapõe a geometria retilínea dos arranha-céus, expressão máxima da urbanização, às curvas suaves de esculturas da natureza como o Corcovado, na cidade do Rio, a Serra da Canastra, em Minas Gerais, e a Pedra Azul, nas montanhas do Espírito Santo. A modernidade da cozinha das grandes metrópoles forma um contraste com as influências dos imigrantes e das tradições interioranas, em que se destaca a forte identidade mineira.
Foi o ouro das Minas Gerais, no século XVIII, que fomentou o desenvolvimento da região Sudeste. A partir de então, os caminhos traçados pelos bandeirantes fundaram povoados e estimularam o comércio. O Rio de Janeiro substituiu Salvador como centro político e econômico do país, situação que perdurou até a década de 1960, quando o governo federal foi transferido para Brasília. Ao declínio do ouro seguiu-se a supremacia do café, que conquistou mercados mundiais e enriqueceu os chamados “barões” do café em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Desde o final do século XIX, com a chegada de imigrantes para trabalhar nas lavouras de café, a gastronomia brasileira também se agigantou com a adaptação de receitas trazidas pela tradição de cada um dos quase 70 povos que foram atraídos para o país.
A tradição gastronômica de cada parte do Sudeste está ligada, também, aos produtos naturais disponíveis e à presença de alguns legados, como as panelas de barro de Goiabeiras, no Espírito Santo, cuja feitura segue o molde secular das paneleiras locais. Em Minas Gerais, na região montanhosa de Ouro Preto, outro exemplo são as também antigas panelas de pedra-sabão, ainda usadas em receitas típicas. Para celebrar o arsenal de produtos de qualidade, a boa cachaça verte de