Cuidados paliativos
Sobreviver é o principal e mais agressivo instinto do ser humano. Sob a luz da ciência o homem é um ser finito. Ainda que a medicina tenha conseguido erradicar ou curar muitas doenças, a era em que conseguiremos driblar a morte ou prolongar consideravelmente o tempo de vida não deve ser realidade palpável para nenhuma das atuais gerações.
Todos os anos, milhões de pessoas perdem suas vidas, a grande maioria pelas chamadas causas naturais, quando o paciente não resiste a alguma doença ou disfunção fisiológica que ocorre com o avanço da idade. Parte das vítimas falece de forma súbita. Outros, no entanto, enfrentam um tipo de problema que evolui lentamente. Esse último grupo, entre aqueles que se submetem a algum tratamento, enfrentam uma dura realidade em determinado momento da terapia: quando o médico revela que não há recursos para conter o desenvolvimento do quadro. É quando, de fato, o paciente recebe a notícia de que seus dias estão contados. Justamente neste delicado momento, uma nem tão jovem prática clínica entra como opção no tratamento, a medicina de cuidados paliativos.
"Os cuidados paliativos se iniciam a partir do diagnóstico de patologia fatal e incurável - ainda que a morte do paciente esteja prevista para dez ou mais anos. Eles estão ligados à morte e ao morrer. À medida que a doença avança, diminuem os cuidados curativos e se intensificam os paliativos. Não é apenas para as últimas semanas de vida.’’
Origem dos cuidados paliativos A origem dos hospices se deu através das obras de misericórdia cristã onde alimentavam os famintos e sedentos, visitas os enfermos e prisioneiros, vestir os nus e acolher os estrangeiros. Naquele tempo, hospitium incluía tanto o lugar onde se dava a hospitalidade como a relação que ali se estabelecia. Essa ênfase é central para a medicina paliativa até hoje. Mais tarde, a Igreja assumiu o cuidado dos pobres e doentes, fato que continuou na Idade Média. Na Grã-Bretanha isso foi interrompido