Crônica

Chuva de Novembro
Era um clássico dia da primavera, pra ser mais preciso mês de novembro, dia 12, apenas mais um dia normal, ensolarado durante a manhã e com aquela chuvinha no final da tarde, pelo menos assim previu a meteorologia.Lembrei daquela nossa briga sabe? Se você soubesse a saudade que eu tenho desde aquela discussão no mês anterior, baixei aquele filme que você disse que era bom, mas vi que nada e tão bom quando você não ta aqui, a verdade é que a gente não valoriza o que nós temos até perder não é mesmo?
Até que tomei coragem e decidir viajar pra quem sabe tentar uma reconciliação, afinal a gente nunca sabe se não tentar. Juntei dinheiro pra financiar a viagem, uma bolacha, um salgadinho, 2 “refri” e a passagem. Me espera amor, mas vou atrasar só 10 minutos pra comprar uma flor, to pronto na melhor roupa que eu tenho, uma rosa na mão esquerda, na outra mão levava um cartão com desenho.
Corri pra rodoviária, o relógio já marcava 4:40 e o ônibus saia as 5, desculpa o cartão molhado, é que em novembro sempre chove a tarde, e hoje a chuva ta um pouco pesada, já me sentei, fiz minha oração e se Deus quiser não acontece nada.
Sentei na primeira poltrona, com os olhos fixos na janela, observando a paisagem e acabei lembrando da nossa discussão, eu não queria te dizer que eu não queria ter você, mas eu queria que você soubesse que eu realmente me importo.
Queria ter a certeza do que você me disse pelo telefone não era verdade, que ralamente tava na hora de eu te provar que podia ser o seu homem, que aquele garoto que nem consegue sustentar um lar, nunca seria bom o suficiente pra você casar. Mas talvez eu seja um menino com uma rosa na mão, ligue pra você no celular, te dizendo que já to chegando e pedindo pra você me esperar, mas nunca disse que me ama, mais uma vez desliga sem dizer.
Parece que a cada segundo que passa a chuva aumenta, a janela ta embaçada, tampando minha visão, mas eu fecho os olhos e praticamente da pra sentir sua respiração. É tudo