crônica

O DIA EM QUE CONTRARIEI A LEI DA FÍSICA
Certos casos aconteceram em minha vida que por mais que eu me esforce não consigo encontrar uma explicação para o ocorrido, tomo como exemplo o presente caso que ocorreu em uma noite qualquer da minha juventude.
Talvez por não ter tido tempo para pensar, tanto pela necessidade suprema que a ocasião exigia de fugir, como para preservar a minha própria integridade física naquela hora, não atentei para o fato de que tinha descoberto uma outra lei da física até então desconhecida.
Hoje já com um conhecimento mais abrangente, e a mente mais aberta e também sem o risco de sofrer qualquer violência, fico pensando com mais calma como eu teria conseguido aquela façanha. Naquela época eu já tinha ouvido falar que uma das leis da física mais comentada seria a de que dois corpos não poderiam ocupar ao mesmo tempo o mesmo lugar no espaço, e até naquele dia, confesso tinha certeza disso, porem o que ocorreu comigo veio dar uma reviravolta na física botando por água abaixo toda a reputação e admiração que tinha por Isaac Newton. Para um melhor entendimento vou relatar o que ocorreu naquela madrugada:
Meu pai tinha uma bicicleta inglesa da marca BSA, bicicleta grande, alta, toda preta com guidom largo e reto e com pedais enormes; pois bem, nessa noite resolvi sair na dita cuja para dar uma volta, e a dificuldade que tinha, e as vezes até desistia, era tirar ela de dentro de casa, uma vez que deixávamos só uma folha de porta aberta, a outra ficava sempre fechada com um trinco na parte superior a mais ou menos três metros de altura, o que dificultava sua abertura total, assim para sair teria que se fazer uma serie de movimentos estudados e sincronizados: Empurrava-se a bicicleta até próximo a porta, ai inclinava o seu guidom para a direita e para a frente e colocava parte do guidom para fora, girava a roda dianteira quase lateralmente e a empurrava para a frente para tirar a outra metade do guidom, passava para trás da bicicleta