Crônica
“NINGUÉM É DE NINGUÉM”....
MAS PRECISAMOS UNS DOS OUTROS
“Somos todos anjos de uma asa só, para podermos nos abraçar uns aos outros, para não cair.”
Ultimamente, a expressão “ninguém é de ninguém”, parece ter tomado forma real, na nossa convivência diária. Dependendo do ângulo com que se reflete esta questão, dos desamores e dos rompimentos que acontecem entre as pessoas, a conclusão a que chegamos é de que realmente não nos pertencemos uns aos outros... talvez, porque não queremos mais este laço a nos prender...ou, talvez, ainda, porque não queremos assumir a responsabilidade de estarmos ligados a outros indivíduos de forma mais definitiva, principalmente, de modo afetivo.
Porém, o fato de nos julgarmos “livres” uns dos outros, não nos desobriga de uma certa responsabilidade de manter o sentimento de humanidade nos nossos relacionamentos familiares e sociais. Enquanto “humanos”, somos criaturas dotadas de sensibilidade, e, portanto, aguardamos, em nossos relacionamentos, um mínimo de consideração e, porque não dizer de caridade.
Em uma determinada época de nossas vidas, somos desprovidos da força e da coragem para seguir em frente, sozinhos. E, quando nos tornamos frágeis, é quando mais compreendemos a preciosidade de sermos respeitados e jamais rejeitados pelas pessoas que nos rodeiam. Pois a vida é uma gangorra: todos – em um período curto ou mais longo – sentiremos esta necessidade de um apoio real, para poder seguir em frente, com tempo para recuperar as energias e a vitalidade espiritual, e, de uma certa forma, senão nos sentirmos amados, pelo menos nos sentirmos incluídos dentro do círculo normal das convivências familiares e sociais.
Além da sensibilidade, somos dotados de inteligência. E, é através da inteligência que nos tornamos conscientes da necessidade de sermos amparados, quando o momento é de confusão e de desespero.
A conclusão de que “ninguém é de ninguém”, não nos tira a obrigação social de nos preocuparmos uns com os outros,