Crônica: o rei do gato
-O REI DO 'GATO'
Considerações iniciais: Segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (p.969/970), consta no verbete: 'Gato.' [ Do lat. cattu.] S. m. 1. Zool. Animal mamífero, carnívoro, felídeo (Felis cattus domesticus, digitígrado, de unhas retráteis, domesticado pelo homem desde tempos remotos, e usa comumente.... e, por aí segue.) Bom, é evidente que não se trata desse significado da palavra que adotarei, muito embora, nosso personagem também fosse carnívoro, não era 'digitígrado' mas, digital com certeza, já que para seus feitos grampeais, habilidades digitais eram imprescindíveis- e, quanto a ser 'domesticado pelo homem" pode-se dizer que se aproxima ao que tentamos fazer, ou seja, domesticá-lo embora, o termo mais adequado talvez fosse civilizá-lo, quiçá, enquadrá-lo.... onde? nos moldes de uma convivência respeitosas digamos, com o bolso alheio. Sobre o significado de 'felídeo' se estiver relacionado ao de fera ( me perdoem não irei pesquisar, o Aurelião já está cansando a minha perna, virem-se vocês!) aí guardaria sentido com nosso personagem. Porém, o significado que de fato cabe para a palavra 'gato' é o de 'grampo' ou 'ligação elétrica clandestina', é pessoal, adentraremos no mundo da clandestinidade, que diga-se de passagem, algo pouco lisonjeiro para nós da Vila mas, como veremos essa dimensão também existia neste mágico lugar. Afinal, não somos bruxos pra escapar!
O contexto: No '6º Bloco', onde funcionava o Armazém do Seu Otávius (antes pertencera ao Seu Xistus pai da Glaucenis, de dotes insuperáveis). Voltando (escusas pelo lapso), era no 'latão do Otávius' que nos reuníamos à noite para jogar conversa fora. Assuntos os mais variados: a namorada dos outros, a sacanagem praticada no dia anterior, o campeonato de futebol de domingo e as conversas de quartel de quem estava prestando serviço militar. Porém, o que de fato se passava é que estávamos