Crónica
A Crónica
A palavra “Crónica” deriva do étimo grego khronikón, que significa “relativo ao tempo”, remetendo, na sua origem (Idade Média), para a historiografia e para o registo de eventos ordenados temporalmente (crónica historiográfica).
Diferentes aceções de crónica:
Perspetiva medieval - narrativa histórica: os acontecimentos / factos são registados segundo uma ordem cronológica. Foram grandes cronistas: Fernão Lopes
(nasceu em Lisboa, entre 1380 e 1390, e faleceu em Lisboa cerca de 1460, sendo cronista dos reis de
Portugal D. Pedro I, D. Fernando e D. João I e do infante D. Fernando) e Gomes Eanes de Zurara
(1410-1474).
Perspetiva atual - crónica jornalística: tipo de discurso em que o emissor, observa, de modo subjetivo, os acontecimentos do quotidiano, tecendo sobre estes considerações pessoais.
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No século XIX, no livro e no jornal, sobretudo no folhetim (os cronistas eram conhecidos como folhetinistas), evidenciaram-se brilhantes escritores como: Eça de Queirós, Fialho de Almeida, Ramalho Ortigão.
Outros nomes importantes: Vitorino Nemésio, José Gomes Ferreira, José Rodrigues
Miguéis, Baptista-Bastos, Clara Ferreira Alves, António Lobo Antunes; José Luís
Peixoto…
A crónica é, por norma, um texto breve, assinado por um ou vários jornalistas, surgindo numa página fixa do jornal ou num espaço determinado da rádio.
É uma rubrica a que os leitores ou ouvintes se habituam.
Parte de um assunto do quotidiano, um acontecimento banal, uma moda, um hábito, uma situação presenciada ou vivida pelo cronista que sobre tal reflete, interpretando, questionando, brincando, apelando para o olhar dos outros.
Apresenta um tom ligeiro ou polémico, irónico, lírico, narrativo ou reflexivo.
Caracteriza-se pela subjetividade.
Recorre muitas vezes a uma análise política e sociológica, através da utilização de uma linguagem com duplos sentidos, ironias e jogos de palavras que aproximam