Crítica à teoria indutiva

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Apesar de ser uma teoria de ampla aceitação pela doutrina científica, a teoria indutiva descrita na assertiva de Alan F. Chalmer apresenta uma série de problemas e incoerências lógicas. A primeira delas, e talvez a origem das demais incoerências, diz respeito ao próprio modo de encarar a construção do conhecimento científico.
Para a teoria indutiva, dos resultados de observações empíricas é possível inferir hipóteses ou teorias científicas. Tais inferências passariam de enunciados singulares a enunciados universais, ou seja, da observação de fenômenos individuados seriam formuladas teorias de abrangência genérica, cujo grau de confiabilidade estaria ligada à qualidade da observação e das inferências lógicas do observador.
Todavia, a tentativa de justificar o princípio da indução na experiência conduz a uma regressão infinita de inferências indutivas. Isso porque a formulação dos enunciados científicos dependeria sempre da criação de um novo princípio de indução ou inferência, de forma sucessiva e ininterrupta. Isso é mais fácil de se compreender quando se pensa que, para justificar a verdade formulada pelo princípio da indução, haverá a necessidade de se recorrer a inferências indutivas, para as quais também haverá um princípio indutivo, conduzindo a uma regressão infinita de inferências.
Assim, o problema está na tentativa de se provar que a teoria fundada na observação conduz a um determinado grau de confiabilidade ou probabilidade, ou melhor, está na própria tentativa de se explicar o modo cientificamente válido de surgimento das teorias. Em outras palavras, não é a observação prévia que dá o caráter científico ou lógico para os enunciados, mas sim o exame deles por meio de provas empíricas feito posteriormente.
Portanto, não há parâmetro lógico que justifique o porquê de determinadas observações de fenômenos singulares poderem embasar enunciados universais e, por serem observações empíricas, torná-los cientificamente válidos. O próprio Chalmer critica esse

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