Crítica do filme "Infância Clandestina"
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Crítica sobre o filme “Infância Clandestina” Centrado na Argentina de 1979, onde, na época, os militares estavam no poder, “Infância Clandestina” mostra os dramas de Juan, menino cuja família luta contra o governo vigente. Juan é obrigado a usar outro nome e a viver clandestinamente com seus entes queridos para que estes possam continuar seu combate contra o regime militar. Mas, inesperadamente, o pré-adolescente se apaixona por Maria, um amor inocente e difícil de ser vivido, simultaneamente, devido a conjuntura do período. Ao longo do drama é perceptível que a relação com os meios de comunicação diverge da atual em alguns aspectos, pois as personagens não têm liberdade de usar o telefone, por exemplo, por medo de serem descobertas. Esse exemplo pode ser identificado na cena em que Juan tenta ligar para Maria e sua mãe, ao perceber, fica bastante nervosa porque teme que os aparelhos estejam sendo grampeados. A maior parte das notícias chega através dos meios de comunicação de massa, como a televisão, e, na maioria das vezes, tal informação é manipulada pela mídia local ao mostrar uma visão totalmente parcial e diferente da realidade. Pelo filme se passar durante a ditadura militar argentina, ele explicita a perda de veracidade dos fatos e a falta de qualidade da informação, uma vez que esta é controlada pelos conglomerados econômicos midiáticos e pelo governo ditatorial. Fazendo um paralelo com os dias atuais, apesar de não vivermos um governo tirânico, a mídia contemporânea continua a prática de manipulação dos acontecimentos. Em uma ditadura torna-se dificultada a circulação de jornais que vão de encontro ao governo em vigor, causando uma espécie de alienação na sociedade. Esta vive sem ter dimensão da veracidade dos ocorridos, e assim criam-se deficiências no senso crítico e na capacidade de questionar do indivíduo. Devido a isso, no filme, os meios de comunicação não aparecem em demasia por serem controlados