cronicas
UMA QUASE VIDA Deixei de ser uma barra de ferro que até então me dava forma ao que eu cha-mava de 'meu corpo', eu era agora uma estátua, fincada sobre um lugar alto, im-ponente, de frente ao mar, guardando dia e noite algo que até hoje não me expli-caram ao certo. Chamam-me hoje de Iracema, de alguma forma sou alguém im-portante para algumas pessoas que me usam como parte de memórias de boas férias no litoral. Daqui já presenciei histórias que podem armargurar corações doces e meigos, ou amo-lecer até os mais concretos deles. Declarações de amor já foram ditas aos meus pés, mas também lágrimas já foram ao chão frente a mim. Não seria isso um sinal de que viver é algo intenso e inconstante ? E, se pensar bem, por que me tor-nei isto, e não um conjunto de peças para o motor de um carro ? Bom, o