Criticas as arenas politicas e comportamento dos atores
Fernando Henrique Cardoso foi eleito presidente da República embalado no sucesso do Plano Real. Vale lembrar que os níveis estratosféricos atingidos pela inflação nos anos anteriores (mais de 4800% ao ano, de março de 1990) transformaram o combate á inflação em importante objetivo nacional. O fracasso dos governos anteriores em enfrentar a inflação, geralmente por utilizarem medidas de apelo popular, só fortaleceu essa idéia. E, durante oito anos em que esteve na presidência, Fernando Henrique fez da manutenção do combate á inflação seu principal objetivo e trunfo sobre tudo para os grupos estrangeiros, que passaram a adquirir ações (ou pelo menos ter importante participação) em um grande números delas. No plano econômico, o governo FHC teve como um dos principais marcos o combate á hiperinflação do país, dando prosseguimento ao Plano Real. Adotando, entre outras medidas, uma política de juros altos, o resultado desse combate pode ser percebido pelos seguintes indicadores: - de 1988 a 1993, a taxa média da inflação brasileira havia sido de 1280,9% ao ano; - com a implantação do Plano Real, de julho de 1994 até maio de 2000, a taxa média de inflação caiu para 11,4% ao ano (com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo _ IPCA, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). Outro aspecto marcante da gestão de Fernando Henrique foi a retomada da reforma do Estado e da economia, projeto que tinha certos antecedentes no Governo Collor. A idéia defendida pela equipe do governo era romper com o modelo de Estado interventor, instalado desde a Era Vargas. Assim, adotando uma política econômica considerada neoliberal por uns, ou liberal-reformista por outros, o governo FHC procurou reduzir o papel do Estado como produtor de bens e serviços diretos, promovendo uma série de privatizações de empresas públicas. Foram privatizadas, por exemplo, empresas de telecomunicações (Sistema